PESO DAS MOCHILAS E SUAS IMPLICAÇÕES NA POSTURA DE ESCOLARES

PESO DAS MOCHILAS E SUAS IMPLICAÇÕES NA POSTURA DE ESCOLARES, NA FAIXA ETÁRIA DE 9 A 11 ANOS, PROVENIENTES DE ESCOLAS ESTADUAL E PARTICULAR DE SANTA CRUZ DO SUL-RS


Weight of backpacks and its implications in posture of students, aged from 9 to 11 years, from state and private schools in Santa Cruz do Sul-RS

César Augusto Zimmer*, Ana Cristina Sudbrack**, Tania Cristina Malesan Fleig**

Resumo
Desvios posturais em crianças e adolescentes são decorrentes de diversas razões, uma delas é o excesso de peso nas mochilas escolares. Este trabalho tem como objetivo verificar o peso das mochilas de estudantes de duas escolas de Santa Cruz do Sul-RS, particular e estadual, com alunos de 9 a 11 anos, a fim de verificar se estes apresentam algum desvio postural decorrente do excesso de peso. Este estudo é de cunho quantitativo e baseia-se no delineamento observacional descritivo transversal de grupos. Foram pesados os escolares e as mochilas correspondentes, divididos por sexo e escola. O grupo foi composto de 117 alunos, 67 da escola estadual e 50 da particular. Os alunos que estivessem carregando mochilas com dupla alça nas costas, correspondendo a 10% do peso corporal foram avaliados na sua postura em ortostase, devidamente trajados para isso, nos planos anterior, posterior e lateral. A escola estadual apresentou 21 mochilas acima do peso recomendado contra 14 da particular. Os desvios posturais mais freqüentes em ambas as escolas foram crista ilíaca direita mais alta, protusão dos ombros e hiperlordose. Escolares da escola estadual apresentaram mais joelhos valgos, cabeça anteriorizada e ombro esquerdo mais alto, e os da particular mais joelhos varos e ombro direito mais alto. Sugere-se a diminuição dos pesos das mochilas, colocando-se armários para os pertences dos alunos ou uma redistribuição das disciplinas nas grades horárias. A intervenção precoce da fisioterapia faz-se necessária para que se possa detectar e reverter as alterações posturais a qual esses indivíduos estão propensos.

Palavras chave: Fisioterapia, Escolares, Postura.

Abstract
Postural deviations in children and teenagers are decurrent of many reasons, such as the excess of weight in school backpacks. The objective of this study was to verify weight of students of two schools of Santa Cruz do Sul, a private and a state one, with 9 to 11 year-old schoolchildren, in order to verify if these present some postural deviation due to excess of weight. This study is of quantitative nature and is based on observational descriptive cross-sectional design groups. Students and their backpacks were weighed, divided on sex and school. The group was composed of 117 students, 67 from state school and 50 from the particular one. Students who were carrying two-strap backpacks, corresponding to 10% of the body weight had been evaluated in its posture in ortostase, worn for this, in anterior, posterior and lateral plans. State school presented 21 backpacks  above of the weight recommended against 14 of the particular one. The more frequent postural deviations in both schools were higher right iliac crest, protracted shoulders and hyperlordosis.Students from state school presented knock-knee, protracted head and higher left shoulder, and those from private school presented varus knee and higher right shoulder. It is suggested the decrease of backpacks weights, putting up cupboards for students’ materials or a redistribution of the subjects in school timetables. Early intervention of physiotherapy is necessary in order to detect and reverse postural alterations which these individuals are prone.

Key Words: Phisioterapy, Students, Posture.

*Acadêmico do Curso de Fisioterapia da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC/RS
**Docentes do Curso de Fisioterapia da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC/RS

INTRODUÇÃO

Os desvios posturais em crianças e adolescentes são decorrentes de diversas razões; dentre as possíveis estão: o estirão de crescimento, a má postura, o levantamento excessivo de peso, modelos inadequados de mochilas, má distribuição das disciplinas na grade horária e o sedentarismo (MARTÍNEZ; ZÁCARO, s.d.).

  Os escolares são indivíduos em crescimento e desenvolvimento. As rápidas mudanças que ocorrem durante a adolescência fazem com que os tecidos sejam estruturalmente mais frágeis à ação deletéria de cargas mecânicas quando comparados a indivíduos maduros. As cargas impostas durante o período de crescimento podem modelar o tamanho, o formato e a estrutura da coluna vertebral e levar ao aparecimento de curvaturas posturais anormais na coluna vertebral do indivíduo jovem, quando aplicadas rotineiramente (CARVALHO, 2004).

Tendo em vista que o indivíduo em idade escolar apresenta um desenvolvimento osteomuscular acelerado, alguns fatores podem ser determinantes para causar desequilíbrios no sistema músculoesquelético, em especial na coluna vertebral como escolioses, lordoses e cifoses.

Segundo os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o peso de mochilas, pastas e similares não deve ultrapassar 5% do peso de criança da pré-escola e 10% do peso do aluno de ensino fundamental (ALMEIDA; GOMES, 2008).

O aumento da incidência de desordens posturais em estudantes, nos últimos anos, relacionados à obesidade e ao peso das mochilas, vem contribuindo para uma baixa qualidade de vida, sendo foco de alguns estudos sobre os fatores causais deste comportamento (BERTOLI et al., s.d.).

A mochila escolar, que aparentemente se propõe a facilitar o transporte do material escolar, na realidade é abusivamente utilizada. Aparentando trazer facilidade e conforto no percurso do domicílio à escola para conduzir o material escolar, submetendo a criança e o adolescente a incalculáveis e sérios desvios de postura, atingindo diretamente a estrutura da coluna vertebral (PEREZ, 2002).

As alterações posturais e as dores na coluna vertebral em crianças são apontadas como multicausais. Um dos fatores mais destacados em relatos científicos refere-se aos hábitos relacionados às atividades escolares. A permanência na postura sentada por longo período, a carga transportada nas mochilas escolares, bem como o modo de transporte e o modelo de mochilas utilizado têm sido pesquisados (FERNANDES; CASAROTTO; JOÃO, 2008).

            Embora a comunidade científica não tenha identificado ainda a quantidade de carga crítica a qual a criança estaria sujeita aos problemas na coluna vertebral e a melhor maneira de transporte, vários autores concordam que a quantidade de carga transportada não deve exceder a 10% da massa corporal do indivíduo, que o transporte deve acontecer com apoio nos dois ombros e que as crianças devem ser orientadas sobre o uso correto das mochilas (FERNANDES; CASAROTTO; JOÃO, 2008).

O transporte de uma carga externa assimétrica, durante um tempo significativo, por crianças e pré-adolescentes, seria um dos fatores contribuidores do aparecimento de curvas escolióticas. Crianças podem ter uma resultante força muscular ineficiente para equilibrar a carga externa, recorrendo à inclinação lateral da coluna para suportar a carga (ALMEIDA, 2006).

Devido a estes pontos, diversas crianças se submetem quase que diariamente a cargas intensas sobre o seu sistema músculo-esquelético, principalmente a coluna vertebral. Diante disso, a proposta deste estudo foi de verificar a quantidade de carga das mochilas de estudantes de duas escolas de Santa Cruz do Sul-RS, particular e estadual, com alunos de 9 a 11 anos a fim de verificar se estes apresentam algum desvio postural decorrente do excesso de peso.

MATERIAIS E MÉTODOS

Delineamento e tipo de estudo

Segundo Goldim (2006), este estudo é de cunho quantitativo e baseia-se no delineamento observacional descritivo transversal de grupos. Para este estudo os grupos selecionado foram de escolares, de duas escolasl, particular e estadual. 

Critérios de inclusão

Foram incluídos somente estudantes, na faixa etária entre 9 e 11 anos, de ambos os sexos, que carregam mochilas nas costas, cujo peso da mochila é superior a 10% do peso corporal e que livremente concordaram em participar do estudo através do Termo de Assentimento. Sendo que todos foram autorizados pelos pais e/ou responsáveis que aceitaram na participação do estudo através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Critérios de exclusão

Foram excluídos estudantes que não levavam o material escolar em mochilas nas costas, mesmo obtida a assinatura dos pais ou responsáveis no Termo de Consentimento. Ainda, os que não aceitaram participar do estudo através do Termo de Assentimento ou que possuíam alguma doença de origem anatomopatológica.

O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da UNISC – CEP/UNISC, sob o nº de protocolo 2222/08, sendo apreciado e aprovado segundo os critérios éticos em pesquisa com seres humanos (resolução 196/96 do CNS).

Procedimentos

A pesquisa foi realizada, no período de março a maio de 2009. Os escolares voluntários, selecionados aleatoriamente foram pesados em dias da semana acordado com as escolas, obedecendo ao cronograma ofertado por estas, utilizando-se de uma balança da marca Cadence. Foram pesadas as mochilas, contendo todo o material do respectivo dia, procedendo-se a anotação dos dados em planilha própria. Os pesos dos escolares na escola particular foram cedidos pela mesma, a partir dos dados biométricos avaliados nas aulas de educação física.

Estabelecida a correlação peso do escolar X peso mochila obteve-se a seleção dos alunos para avaliação postural, através de uma ficha de avaliação formulada para o fim e um posturógrafo da marca Cardiomed. A avaliação postural foi realizada em sala pré-estabelecida nas escolas, sendo observado a vestimenta dos estudantes (trajes de banho e descalços) para melhor visualização dos pontos anatômicos e diferentes perfis anterior, posterior e lateralmente. Os sujeitos foram instruídos pelo acadêmico pesquisador a assumir uma postura confortável e relaxada.

Análise dos dados                                         

Os dados foram analisados e filtrados a partir do software SPSS a partir de estatística simples e a apresentação descritiva demonstrada em gráficos e/ou tabelas.
  
RESULTADOS
           
Neste trabalho foram avaliados 117 alunos entre 9 e 11 anos, dentre estes alunos, 35 estavam com o peso da mochila superior a 10% do peso corporal, sendo assim, foi realizada a avaliação postural.

No Tabela 1 são apresentados os dados demográficos das escolas pesquisadas. Na amostra investigada na escola estadual, 41,8% dos indivíduos do sexo masculino e 58,2%, do sexo feminino. Já na escola particular 50% do sexo masculino e 50% do sexo feminino.
     
 Tabela 1. Dados demográficos

  Particular
%
      Estadual         %
Sexo Feminino
    25
50%
           39             58,2%
Sexo Masculino
    25
50%
           28             41,8%
Total
    50
100%
           67             100%
 Fonte: dados da pesquisa, 2009.          
           
No Gráfico 1, estão apresentados os dados referentes ao peso das mochilas. Após a pesagem dos alunos e as respectivas mochilas, constatou-se na escola estadual, que das 39 mochilas femininas pesadas, 15 estavam com peso maior que 10%, e das 28 masculinas, 6 apresentaram peso superior a 10%. Já na escola particular, 5 mochilas femininas e 9 masculinas estavam com 10% a mais do peso recomendado.
  
Gráfico 1. Peso das mochilas
Fonte: Dados da pesquisa, 2009.

A partir deste, serão considerados os alunos que apresentaram mochilas com cargas maiores de 10% do peso corporal, sendo 21 da escola estadual e 14 da escola particular.

No Gráfico 2, estão apresentados os dados referentes às alterações posturais mais freqüentes entre as escolas investigadas.  Na escola estadual obteve-se um total de 12 (57,1%) alunos com a crista ilíaca direita mais alta, enquanto que na escola particular este número chegou a 10 alunos (71,4%). Dez alunos da escola estadual, representando 47,6%, apresentavam os joelhos valgos e oito da escola particular (57,1%), apresentavam os joelhos varos.

Na escola estadual 15 alunos (71,4%) apresentaram a cabeça anteriorizada, já na escola particular 8 alunos (57,1%) não apresentaram nenhuma alteração quanto a cabeça em uma vista lateral. Ainda em uma vista lateral, 18 alunos (85,7%) apresentaram uma protusão dos ombros na escola estadual, enquanto que na escola particular 8 alunos (57,1%) apresentaram esta mesma alteração.

 Já na vista frontal, 14 (66,7%) alunos da escola estadual apresentaram uma maior elevação do ombro esquerdo, diferentemente da escola particular que apresentou 8 (57,1%) alunos com o ombro direito mais alto.

Gráfico 2. Alterações Posturais
Fonte: Dados da pesquisa, 2009.

            No Gráfico 3, estão apresentados os dados referentes às alterações posturais na coluna vertebral. A maioria dos alunos não apresentou escoliose, na escola estadual 14 (70,0%) e 10 alunos (71,4%) na particular não apresentaram este desvio. Não houve alterações nas colunas cervical e torácica na maioria dos alunos de ambas as escolas. No entanto com relação à coluna lombar 18 (85,7%) alunos da escola estadual apresentaram hiperlordose sob a vista lateral, e na escola particular 12 (85,7%) apresentaram essa mesma alteração.
   
Gráfico 3. Alterações posturais na coluna vertebral
Fonte: Dados da pesquisa, 2009.

DISCUSSÃO

           Nesse estudo, houve uma diferença entre as escolas com relação ao peso das mochilas, onde na particular a maioria dos escolares com o peso acima do estipulado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), foi do sexo masculino e na estadual, do sexo feminino.

 A quantidade de alunos com peso da mochila superior a 10% foi maior na escola estadual e isso se deu principalmente porque os alunos da escola particular têm a possibilidade de deixarem seus livros e cadernos mais pesados embaixo da classe escolar, sem a necessidade de levá-los para casa todos os dias, recurso este que os alunos da escola estadual não possuem.

Quanto às alterações posturais, os achados deste estudo revelaram que a crista ilíaca direita estava mais alta em grande parte dos alunos de ambas as escolas, o que pode dar-se pela maneira incorreta de carregar a mochila.

            A maior parte dos estudantes carrega a mochila escolar de um só lado da cintura escapular ao invés de dividirem o peso utilizando mochilas de dupla alça. Os vícios posturais assumidos pelos estudantes acarretam alterações na dinâmica postural, como o desnivelamento da crista ilíaca, devido ao encurtamento lateral da musculatura, conseqüência de tais vícios.

As crianças em idade escolar estão em pleno crescimento, e a constante carga imposta pelo peso das mochilas e a má postura adotada ao longo dos anos pode trazer muitos agravantes. Não só o excesso de peso presente nas mochilas, mas também a forma incorreta de carregá-la pode ser um fator para o surgimento de muitos desvios posturais uma vez que estas crianças carregam este peso cinco vezes por semana durante muitos anos.

Neste mesmo estudo temos que a maioria dos alunos da escola estadual possuem joelhos valgos, e na particular, joelhos varos. Todd e Patrick citados por Santos et al. (2009) relatam que o recém-nascido inicia seu ciclo vital com rotação medial de tíbia e rotação lateral de fêmur, caracterizando um valgo de joelho. Os autores afirmam que, após o nascimento, esse processo inicia-se lentamente para que, entre oito e dez anos, a rotação de tíbia esteja presente entre 15° e 25° de rotação externa, diminuindo a angulação do valgo de joelho.

 Lapierre e Asher citados por Santos et al. (2009) afirmam que cerca de 80% das crianças de uma população geral apresentam joelho valgo/varo durante a fase do desenvolvimento e que tal alteração aparece dos três aos seis anos de idade, desaparecendo em seguida.

Os achados deste estudo revelaram ainda que tanto na escola particular quanto na estadual, em vista lateral, a maioria dos alunos apresentou uma protusão dos ombros.

Para Tanaka e Farah, citados por Santos et al. (2009) a protusão de ombro está associada à abdução escapular e é impulsionada pela ação de grupos musculares. A ação predominante do serrátil ante­rior e do peitoral maior sobre o rombóide, trapézio médio e superior proporcionam uma rotação medial do úmero e uma tração anterior do complexo do ombro. Pini citado por Santos et al. (2009) relata que essa protusão tende a diminuir progressivamente após os dez anos de idade, afirmando que tal alteração faz parte do desenvolvimento normal da criança.

        Já em vista frontal do ombro constatou-se que na escola estadual a maioria dos alunos possuía o ombro esquerdo mais alto, enquanto que na particular a maioria possuía o ombro direito mais alto. Isso pode se dar, pelo fato do individuo ser dextro ou canhoto que promove uma hipertrofia muscular mais acentuada no lado dominante, o que pode causar uma elevação do ombro correspondente(SANTOS et al., 2009).

            No estudo encontrou-se uma maior prevalência de desvios posturais na coluna lombar, onde tanto na escola estadual quanto na particular a incidência de alunos com hiperlordose foi bastante alta. Na coluna torácica e cervical, a incidência maior foi de alunos sem alterações posturais. Também não foi encontrado no estudo incidencia de alunos com escoliose.

Lovato e Silva (2004) relatam que os problemas de deformidades na postura são causados por inúmeros fatores, mas sem dúvida alguma o peso das mochilas é um fator extremamente evidente. Os mesmos acrescentam que a fase mais crítica é o período em que a criança está na fase de maior crescimento, quando diz-se que ela “esticou”. E, ainda ressaltam que o agravante é o ato repetitivo, uma vez que a criança carrega o material cinco vezes por semana, ao longo de muitos anos.

Os autores citados lembram que o peso excessivo da mochila faz com que a criança ou adolescente incline seu corpo para o lado ou para frente. As conseqüências vão desde uma escoliose, hiperlordose, até uma hipercifose. Da mesma forma, afirma Bardini (2006) que o esforço excessivo nas costas pode ocasionar o desvio postural, levando a doenças como a escoliose ou sobrecarga ou desgaste de disco lombar.

Segundo Leite (2005), citado por Almeida (2006), dizem que a hipercifose e a escoliose são as alterações mais comuns encontradas como deformidades na coluna vertebral além de dores nas costas do referido sistema diante do excesso de peso pelo material escolar. De acordo com o mesmo autor, dados da Organização Mundial de Saúde indicam que 85% das pessoas têm, tiveram ou terão um dia dores nas costas provocadas por problemas de coluna.
                                 
        Para alguns autores, alterações fisiológicas como a hiperlordose tem causas comuns, Dentre essas, cita-se a fraqueza do retoabdominal e dos paravertebrais, sendo o trabalho dessa musculatura do complexo abdominal mais efetivo a partir dos dez ou 12 anos de vida (SANTOS et. al., 2009).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

            Os objetivos deste estudo foram alcançados em sua totalidade no que se refere às complicações do excesso de peso da mochila em escolares de 9 a 11 anos nas escolas estadual e particular de Santa Cruz do Sul-RS.

Os achados deste estudo revelaram que apesar dos esforços que as escolas e o Ministério da Saúde fazem para diminuir o peso das mochilas, este é um dado que ainda atormenta muito aos pais, pois o excesso de peso ainda é freqüente tanto em escolas estaduais quanto particulares.

As alterações posturais encontradas nestes escolares são muito preocupantes também, uma vez que estas podem vir a gerar problemas mais sérios na coluna vertebral a médio e longo prazo.

É sugerido que as escolas procurem diminuir os pesos das mochilas, seja colocando armários para a colocação dos pertences dos alunos ou até com uma redistribuição das disciplinas nas grades horárias, assim como aos alunos procurarem evitar levar pesos adicionais nas mochilas como cadernos e livros que não irão utilizar e outros utensílios

Dado o exposto sugere-se a intervenção precoce da fisioterapia para a realização de avaliações posturais a fim de que isso possa detectar e reverter as alterações posturais a qual esses indivíduos estão propensos.

Concluiu-se este estudo reforçando a importância da avaliação postural no contexto escolar. Servindo os resultados aqui apresentados, assim como os de outros estudos, para conscientizar e prevenir todos desde a infância.

Portanto, sugere-se dar continuidade ao estudo através dos colegas e parceiros professores de educação física.

REFERÊNCIAS

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