17 de outubro: Dia Mundial de Combate à Dor - Analgesia congênita: o perigo de nunca sentir dor

Neurocirurgião especialista em dor alerta como sentir dor é importante para nossa sobrevivência

Você já pensou como seria nunca sentir dor em toda a sua vida? Apesar de parecer algo muito bom, na verdade não é. Na semana em que é celebrado o Dia Mundial de Combate à Dor, especialista alerta sobre a analgesia congênita – doença que incapacita o indivíduo de sentir dor e lista suas consequências, que vão de graves machucados até a morte.

Como explica o neurocirurgião funcional especialista em dor, Dr. Claudio Fernandes Corrêa, a analgesia congênita é causada por uma disfunção do sistema nervoso central que impede a pessoa de sentir qualquer estímulo doloroso, seja ele um corte, fratura ou queimadura, o que consequentemente a expõe a riscos constantes e feridas graves que podem evoluir para infecções e amputações de membros.

Por este motivo, as pessoas com analgesia congênita precisam de atenção constante, pois não apenas as mais simples atividades cotidianas podem representar riscos, como também outras doenças em que a dor funciona como um alerta para que se possa procurar ajuda. “Um exemplo neste sentido seria uma apendicite que precisa ser rapidamente operada e cujo sintoma se dá basicamente pela dor. Ao não senti-la, o quadro tende a evoluir para supuração do apêndice e morte do indivíduo, sem que ele tenha tido a consciência do problema”, alerta o médico.

“Os maiores riscos da doença se dão na infância, pela dificuldade natural de a criança identificar os perigos e até mesmo querer desafiá-los, muitas vezes querendo se exibir para amiguinhos ou familiares”, explica Dr. Claudio Corrêa.
Como a analgesia não tem cura é importante que o indivíduo tenha acompanhamento multidisciplinar liderado pela psicoterapia, para o melhor entendimento e manejo das situações de perigo, bem como a melhor condução dos tratamentos de seus ferimentos.

Desta forma, o médico orienta a reflexão para quem sente dor ocasionalmente ou até mesmo para quem apresenta dor crônica, que embora viver com dor seja muito ruim, o extremo de viver sem ela é muito pior.


Fonte para entrevista:

Dr. Claudio Fernandes Corrêa
Com mais de 30 anos de atuação profissional, Dr. Claudio Fernandes Corrêa possui mestrado e doutorado em neurocirurgia pela Escola Paulista de Medicina. Especializou-se no tratamento da dor aliado a neurocirurgia funcional – do qual se tornou uma das principais referências no Brasil e também no Exterior.
É também o idealizador e coordenador do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho, serviço que reúne especialistas de diversas especialidades para o tratamento multidisciplinar e integrado aos seus pacientes. 

Dr. Claudio na web:

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