Brasileiro troca futebol por musculação

Pesquisa inédita do Ministério da Saúde mostra que a prática de exercício em academias foi a que mais cresceu no país, inclusive entre os homens, deixando para trás a paixão nacional


O brasileiro tem se exercitado mais. Pesquisa do Ministério da Saúde aponta que hoje 33,8% da população pratica atividade física regularmente, um crescimento de 12,6% nos últimos cinco anos. Os dados inéditos, do estudo Vigitel 2013, indicam uma mudança no comportamento da população adulta, que está mais atenta às mensagens de promoção à saúde e preocupada em adotar estilo de vida mais saudável.

Na busca por atividades físicas, a musculação tem ganhado cada vez mais adeptos no Brasil, enquanto o futebol reduz a participação na rotina da população. O percentual de entrevistados que disseram praticar musculação cresceu 50% entre 2006 e 2013, enquanto o índice dos que jogam bola caiu 28% no período. Segundo a pesquisa, 18,97% dos adultos hoje optam pelas academias, contra 14,87% que dizem praticar futebol.

Entre os homens, o futebol continua sendo o esporte preferido. Na hora de se exercitar, 26,75% da população masculina recorre à paixão nacional. Mas, mesmo nesse grupo, o índice caiu: oito anos atrás, mais de 35% diziam jogar bola regularmente. Em segundo lugar, esse público realiza mais caminhadas, seguido da musculação.

Apesar das mudanças no perfil da atividade física da população, com a crescente participação da musculação, a pesquisa mostrou que a caminhada permanece como o exercício mais frequente entre os brasileiros. Do total de entrevistados que pratica alguma atividade física, 33,79% disseram fazer caminhadas. Em 2006, o índice era 10% maior. O público feminino é o mais fiel nesse exercício, com 43,98% de adeptas, seguida pela musculação e pela ginástica.

Para a diretora de Vigilância e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Deborah Malta, o crescimento da prática da musculação demonstra maior interesse da população brasileira em ter melhor qualidade de vida e mais saúde. “A caminhada, geralmente, é muito popular junto ao publico feminino, e a primeira atividade física que a população escolhe para começar a se exercitar. Já o futebol é preferido pelos homens, mais jovens, e está muito arraigado na cultura do país. Não raro, amigos se encontram para jogar uma partida de futebol no fim de semana. Já a musculação, é uma atividade contratual, em que é necessário se matricular, buscar um estabelecimento e passa a ser um compromisso agendado na semana”, frisou.

O estudo Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizado em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (NUPENS/USP), ouviu 53 mil pessoas nas 26 capitais e no Distrito Federal.

IMPACTO NA SÁUDE – Deborah ressalta que para sair da estatística de sedentarismo não precisa praticar esporte com intensidade vigorosa, basta reservar um tempo e movimentar o corpo. Pequenas atitudes podem fazer a diferença no cotidiano, como estacionar o carro um pouco distante do local a que se destina e finalizar o trajeto a pé, caminhar a pé até ao trabalho, subir pequenos lances de escada ao invés de utilizar o elevador, brincar com os filhos, dançar, andar de bicicleta, passear com o cachorro e outras atividades que possam dar alegria e prazer. “Muitos problemas de saúde dos brasileiros poderiam ser prevenidos com ações simples, como uma caminhada de 30 minutos”, destaca.

A Organização Mundial de Saúde estima que pessoas sedentárias têm entre 20% e 30% de aumento do risco de  mortalidade, em especial por doenças crônicas. A Atividade física regular reduz o risco de doença cardiovasculares, como hipertensão, diabetes, câncer de mama e de cólon, além de depressão.

Pelas considerações da OMS, entende-se atividade física suficiente no tempo livre a prática de, pelo menos, 150 minutos semanais de atividade física de intensidade leve ou moderada ou de, pelo menos, 75 minutos semanais de atividade física de intensidade vigorosa.



Por Fabiane Schmidt, da Agência Saúde
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