Assimetria das mamas afeta a autoestima e a saúde emocional das adolescentes


A assimetria da mama é muitas vezes classificada apenas como uma questão de vaidade, quando realmente é uma condição que produz efeitos psicológicos e emocionais tão sérios quanto a macromastia

Diferenças no tamanho das mamas têm um impacto significativo na saúde mental das adolescentes, afetando a autoestima, o bem-estar emocional e os relacionamentos sociais, informa um estudo publicado no Plastic and Reconstructive Surgery®, jornal da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).

Mais do que apenas uma "questão estética", a assimetria das mamas pode ter efeitos psicológicos e emocionais negativos. Segundo os pesquisadores, a intervenção precoce pode acarretar em benefícios para a saúde mental das jovens com diferenças de tamanho entre as mamas, mesmo que essas diferenças sejam sutis.

Impactos sobre a saúde mental

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores avaliaram o desenvolvimento psicossocial, a saúde mental e a qualidade de vida de 59 adolescentes (12-21 anos) com a assimetria das mamas. Em todas as pacientes, os seios diferiam em, pelo menos, um número no tamanho do sutiã.

Avaliações similares também foram realizadas num grupo com meninas sem assimetria das mamas, e em outro grupo, com meninas com macromastia (crescimento exagerado e excessivo das glândulas mamárias).

A média de idade das participantes era de 17 anos em todos os grupos. Cerca de 40% das adolescentes com assimetria de mamas apresentava deformidade tuberosa da mama, uma condição congênita em que as mamas não se desenvolvem normalmente durante a puberdade.

Vários aspectos da saúde mental e do bem-estar das meninas com assimetria das mamas foram considerados piores, quando comparados com as adolescentes que integravam o grupo sem assimetria mamária.

Após o ajuste para diferenças em relação ao peso corporal, a assimetria das mamas foi associada com escores significativamente menores de bem-estar emocional e autoestima. As diferenças eram semelhantes às das adolescentes com macromastia, outra condição conhecida por impactar negativamente a saúde mental. A assimetria das mamas também foi associada com o comportamento borderline e aos distúrbios alimentares e sociais.

Não é apenas uma intervenção estética

“Diferenças no tamanho das mamas são comuns, especialmente no início da adolescência. Em algumas adolescentes, as diferenças persistem ao longo do tempo e após a puberdade. O novo estudo é o primeiro a concentrar-se no impacto da assimetria mamária sobre a saúde mental”, afirma o cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada (CRM-SP 62.735).
Os resultados sugerem que as pacientes que sofrem de assimetria das mamas têm o bem-estar emocional mais comprometido e a autoestima mais baixa. O impacto na saúde mental é semelhante para as meninas com ligeira assimetria mamária e para as meninas com grave assimetria mamária.

Segundo Ruben Penteado, “os efeitos psicossociais da assimetria das mamas são semelhantes aos das meninas com macromastia, aos dos meninos com ginecomastia e até mesmo aos das mulheres com diferenças nas mamas relacionadas à mastectomia, cirurgia de retirada das mamas em função do câncer de mama”, diz o médico.
Os pesquisadores defendem que não tratar a assimetria das mamas em adolescentes com a justificativa de que não há "nenhum comprometimento funcional" não é aceitável. “O comprometimento do bem-estar psicológico observado nas adolescentes com assimetria mamária pode indicar a necessidade de intervenção precoce para minimizar os resultados negativos. E isso não significa, necessariamente, uma cirurgia plástica, especialmente para as meninas mais jovens, que podem ser encaminhadas para consulta e apoio psicológicos. No entanto, para as adolescentes mais velhas, a correção cirúrgica da assimetria mamária pode trazer benefícios emocionais importantes”, defende o médico, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
“A avaliação apropriada do cirurgião plástico e a intervenção precoce podem ser benéficas para essas pacientes, sempre acompanhadas de medidas para controle do peso e de aconselhamento de saúde mental. A assimetria da mama é muitas vezes classificada apenas como uma questão de vaidade, quando realmente é uma condição que produz efeitos psicológicos e emocionais tão sérios quanto a macromastia”, afirma o diretor do Centro de Medicina Integrada.

Contato:
Site: www.medintegrada.com.br

Informações e entrevista:
Márcia Wirth
MW- Consultoria de Comunicação & Marketing em Saúde
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