TAG – TRANSTORNO DA ANSIEDADE GENERALIZADA

Por Drauzio Varella
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A ansiedade é uma reação normal diante de situações que podem provocar medo, dúvida ou expectativa. É considerada normal a ansiedade que se manifesta nas horas que antecedem uma entrevista de emprego, a publicação dos aprovados num concurso, o nascimento de um filho, uma viagem a um país exótico, uma cirurgia delicada, ou um revés econômico. Nesses casos, a ansiedade funciona como um sinal que prepara a pessoa para enfrentar o desafio e, mesmo que ele não seja superado, favorece sua adaptação às novas condições de vida.

DEFINIÇÃO - ASSOCIAÇÃO - CONTROLE E CURA DO TAG

O transtorno da ansiedade generalizada (TAG), segundo o manual de classificação de doenças mentais (DSM.IV), é um distúrbio caracterizado pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”, persistente e de difícil controle, que perdura por seis meses no mínimo e vem acompanhado por três ou mais dos seguintes sintomas: inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono.
É importante registrar também que, nesses casos, o nível de ansiedade é desproporcional aos acontecimentos geradores do transtorno, causa muito sofrimento e interfere na qualidade de vida e no desempenho familiar, social e profissional dos pacientes.
O transtorno da ansiedade generalizada pode afetar pessoas de todas as idades, desde o nascimento até a velhice. Em geral, as mulheres são um pouco mais vulneráveis do que os homens.
Sintomas
Os sintomas podem variar de uma pessoa para outra. Além dos já citados (inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular) existem outras queixas que podem estar associadas ao transtorno da ansiedade generalizada: palpitações, falta de ar, taquicardia, aumento da pressão arterial, sudorese excessiva, dor de cabeça, alteração nos hábitos intestinais, náuseas, aperto no peito, dores musculares.
Diagnóstico
O diagnóstico do TAG leva em conta a história de vida do paciente, a avaliação clínica criteriosa e, quando necessário, a realização de alguns exames complementares.
Como os sintomas podem ser comuns a várias condições clinicas diferentes que exigem tratamento específico, é fundamental estabelecer o diagnóstico diferencial com TOC, síndrome do pânico ou fobia social, por exemplo.
Tratamento
O tratamento do TAG inclui o uso de medicamentos antidepressivos ou ansiolíticos, sob orientação médica, e a terapia comportamental cognitiva. O tratamento farmacológico geralmente precisa ser mantido por seis a doze meses depois do desaparecimento dos sintomas e deve ser descontinuado em doses decrescentes.
Recomendações
* Se você é visto como alguém de estopim curto, que anda sempre com os nervos à flor da pele e tem muita dificuldade para relaxar, provavelmente chegou a hora de procurar um médico para avaliar esse estado permanente de tensão e ansiedade;
* Se você cobra muito de si mesmo, está sempre envolvido em inúmeras tarefas e pressionado pelos compromissos, tente pôr ordem não só na sua agenda, mas também na sua rotina de vida, sem esquecer de reservar um tempo para o lazer. Se não conseguir sozinho, não se envergonhe, peça ajuda.






Síndrome do Pensamento Acelerado: Saiba o que é e como evitar este mal!

Foto: Divulgação
O ritmo alucinante das grandes cidades tem tornado cada vez mais comuns doenças que afetam nossa saúde emocional. Pesquisas recentes revelam que a depressão, por exemplo, já atinge de 15% a 20% da população mundial. Além do stress, da síndrome do pânico e da nomofobia (do inglês nonmobile -medo de ficar sem celular), uma nova sigla tem chamado a atenção de pesquisadores, médicos e psicólogos, trata-se da SPA – Síndrome do Pensamento Acelerado.
De acordo com a Dra. Elisa Brietzke, médica psiquiatra, coordenadora do PRISMA (Programa de Reconhecimento e Intervenção em Estados Mentais de Risco) da Unifesp, a Síndrome do Pensamento Acelerado não é uma doença, mas sim um sintoma: “Geralmente a SPA está vinculada a um quadro de transtorno de ansiedade.” Entre as características, podemos citar a sensação persistente de apreensão, dificuldade de memória, déficit de concentração, fadiga excessiva, irritabilidade e sono alterado.
Entre os mais vulneráveis estão aqueles que ficam sob o foco de constante apreensão durante suas atividades, como os executivos, jornalistas, escritores, publicitários, professores e profissionais da saúde. É interessante notar que o portador da SPA não consegue desacelerar seus pensamentos.
Apesar de estar sempre exausto em razão de sua intensa atividade profissional (geralmente com acúmulo de funções e tarefas), dificilmente se desconecta, também não se rende às necessidades do corpo, como descansar e se alimentar bem. Vive com a incômoda sensação de que 24 horas não são suficientes para tudo a que se propõe a fazer.
“Muitas vezes, existe a sensação de estar sendo esmagado pela rotina”, afirma a Dra. Elisa. “Já está comprovado que quando ultrapassamos nossos recursos pessoais para lidar com o excesso de informações e demandas, nosso cérebro reage a este quadro”.
A médica esclarece que a ideia de que somos multitarefa não é verdadeira, “Algumas pessoas conseguem realizar várias atividades ao mesmo tempo, mas isso não é uma regra geral, nosso desempenho é sempre melhor quando fazemos uma coisa de cada vez.”

HIPNOTIZADOS PELA TECNOLOGIA

A facilidade de comunicação que a tecnologia nos oferece é também a vilã da história em muitas situações do cotidiano. Há pessoas que acordam de madrugada para conferir seus e-mails e outras que passam a noite inteira nas redes sociais. “É preciso fazer o uso consciente da tecnologia, geralmente perdemos a noção do tempo quando estamos conectados”, alerta a psicóloga Sylvia Van Enck, do Grupo de Dependência Tecnológica do Instituto de Psiquiatria da USP.
Foto: Divulgação
Navegar nas redes sociais ou conferir os e-mails antes de ir dormir não é uma boa ideia para quem está com o pensamento acelerado. “Quando sentamos em frente ao computador ficamos vulneráveis a uma sucessão de estímulos, que começa desde o próprio monitor (com sua luz, som e imagens) até às informações que lemos ao abrir uma página na web”, explica a especialista. Segundo a Dra. Sylvia, é essencial relaxar antes de dormir: “se ficamos agitados, dificilmente teremos uma boa noite de sono.”
Para o tratamento da Síndrome do Pensamento Acelerado, é fundamental consultar um especialista e adotar um novo estilo de vida. Isto significa praticar atividade física regularmente, ter uma alimentação saudável, dormir bem e incluir o lazer na rotina diária. Fazer uma pausa para conversar com os amigos, contemplar o pôr do sol, ouvir uma boa música, ler uma história para o filho dormir – sem ficar olhando no relógio – são exemplos de atitudes simples,mas que produzem grandes efeitos.
POR ANDRÉA GONZAGA DALIO

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