HIDROTERAPIA EM GRUPO: ESTRATÉGIA NO COMBATE À FIBROMIALGIA

HIDROTERAPIA EM GRUPO:
 ESTRATÉGIA NO COMBATE À FIBROMIALGIA



*SEBBEN, Vanessa; **WIBELINGER, Lia Mara



* Fisioterapeuta

** Fisioterapeuta, professora da cadeira de fisioterapia reumatológica no curso de fisioterapia da Universidade de Passo Fundo – RS

Revisado em: janeiro de 2006.
Enviado em: fevereiro de 2006.
Aprovado para publicação na ed. 119 da Revista FisioBrasil - 2014

RESUMO

                A fibromialgia trata-se de uma doença crônica, caracterizada por dores difusas no sistema músculo-esquelético, existência de pontos dolorosos, fadiga muscular, entre outros sintomas. Trata-se de uma doença predominantemente feminina, manifestando-se principalmente dos 30 aos 50 anos. De etiologia desconhecida, o seu tratamento, objetiva a redução dos sintomas. A associação de medicação com fisioterapia e psicoterapia tem resultado positivamente no tratamento. Este estudo objetivava verificar a diminuição dos sintomas da fibromialgia, através da hidroterapia e da terapia em grupo. O mesmo foi realizado na Clínica de Fisioterapia da Universidade de Passo Fundo - RS, sendo efetuados 3 atendimentos semanais, por 2 meses. A amostra foi composta por um grupo de 7 mulheres, com diagnóstico médico de fibromialgia. Ao final do estudo concluiu-se que a hidroterapia e a terapia em grupo são tratamentos eficazes para a fibromialgia, pois além de reduzirem a sintomatologia ainda proporcionam bem estar físico e emocional as pacientes.
Palavras-chaves: fibromialgia, fisioterapia, hidroterapia, terapia em grupo.




INTRODUÇÃO

A fibromialgia é uma doença reumática não inflamatória de etiologia desconhecida que acomete principalmente mulheres com idade superior a 30 anos. Caracteriza-se por dor muscular crônica de forma generalizada, com duração maior que 3 meses, existência de pontos dolorosos, fadiga muscular, sono não reparador, cefaléias tensionais, distúrbios gastrintestinais e psicológicos.
Segundo Feldman (2003), estima-se que no Brasil atualmente a doença atinja mais de 4 milhões de pessoas. Estas apresentam dores freqüentes e não identificáveis. Chegam aos consultórios apavoradas, apresentando os sintomas há muito tempo, sem possuírem o respectivo diagnóstico da doença. Os pacientes sentem-se rejeitados, incompreendidos e desacreditados, familiares e amigos passam a achar que a doença é fictícia. A situação complica-se ainda mais, devido a falta de conhecimento sobre a doença por parte dos profissionais da saúde, estes não conseguindo identificá-la, descrevem-na apenas como distúrbios psicológicos.
De acordo com Teixeira et al. (2001), os sintomas da fibromialgia causam alterações na vida dos doentes, promovem rupturas e rotinas. As transformações sociais desestabilizam as relações familiares, restringem o vínculo de amigos e interferem nos hábitos e rotinas do paciente, obrigando-os a uma adaptação da nova realidade. Geralmente o círculo social do paciente se torna restrito à família, amigos íntimos e profissionais da saúde, o paciente evita sair deste meio com medo da incompreensão das pessoas que não conhecem a doença.
Sabe-se que ainda não foi descoberta a cura para a fibromialgia, porém, existem procedimentos que conseguem aliviar os desagradáveis sintomas. Além do uso de medicamentos, da educação do paciente, da psicoterapia, a fisioterapia através de suas técnicas, em especial os exercícios aquáticos (hidroterapia), proporcionam a redução da dor, da fadiga muscular, da rigidez, a melhora do condicionamento físico, da flexibilidade, do padrão de sono e humor entre outros. A hidroterapia facilita a realização dos movimentos devido a imersão na água, onde estes são praticados de forma mais lenta, sem a ação da gravidade, e o mais importante com significativa redução da dor, dessa forma a execução do tratamento torna-se muito mais agradável. A terapia em grupo auxilia os pacientes no combate a ansiedade e a depressão, estes passam a compartilhar com os demais membros seus medos, angústias e percebem que não estão sós na busca pela cura.
Apesar da fibromialgia não ser considerada uma doença grave, ela causa impactos significativos na qualidade de vida dos seus portadores, dessa maneira a prevenção da recorrência dos sintomas, a melhora e/ou manutenção das atividades de vida diária são fundamentais na reabilitação dos pacientes.
Este trabalho tem por objetivo promover a melhora e/ou diminuição dos sintomas, como a intensidade da dor, cefaléias tensionais, número de pontos dolorosos (tender points), fadiga muscular, rigidez matinal, alterações gastrintestinais no padrão de sono e no humor, de pacientes fibromiálgicos através dos exercícios aquáticos e da terapia em grupo.

METODOLOGIA

O presente estudo caracterizou-se por uma pesquisa experimental, no qual pretendia-se verificar se a Terapia em Grupo e os Exercícios Aquáticos ocasionavam melhora nos sintomas de pacientes fibromiálgicos, comparando o protocolo de avaliação realizado antes e após o tratamento.
A amostra foi composta por um grupo de 7 pacientes do sexo feminino, com idade entre 46 e 55 anos, residentes na região de Passo Fundo, que apresentaram o diagnóstico médico de fibromialgia. O estudo foi realizado na Clínica de Fisioterapia da Universidade de Passo Fundo, onde aconteceram três atendimentos semanais. Destes, dois foram realizados na piscina da Clínica de Fisioterapia enquanto que o outro foi realizado em uma sala de estudos também localizada nas dependências da Clínica de Fisioterapia. Os atendimentos sempre foram realizados em grupo com duração de uma hora cada, por um período de 2 meses, totalizando 24 atendimentos, 16 realizados na piscina e 8 realizados no solo.
Foram utilizados uma ficha de avaliação que constava de questionamentos em relação a sintomatologia da doença, avaliação dos pontos dolorosos (tender points) realizada segundo o CAR, avaliação do humor  através de gráfico utilizado no Centro de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP); além de materiais utilizados durante as sessões de hidroterapia como flutuadores, pranchas, halteres, travesseiros. Para análise dos dados, utilizou-se um dos procedimentos da estatística descritiva, o percentual.
As pacientes foram submetidas a avaliação no início do tratamento e reavaliadas após o término do mesmo. As avaliações sempre foram realizadas de forma individual, após a apresentação do diagnóstico médico da doença.
Após a assinatura do termo de consentimento, da avaliação inicial e apresentação do atestado médico liberando as pacientes para o ingresso na piscina, as mesmas foram submetidas ao tratamento fisioterapêutico que foi dividido em duas etapas, sendo que em cada uma delas o atendimento das pacientes foi em grupo:
1.       Sessão de exercícios hidroterapêuticos: realizada duas vezes por semana com duração de uma hora, a sessão de hidroterapia era dividida em 4 fases seqüenciais – aquecimento, alongamento, fortalecimento e relaxamento.
2.       Sessão no solo: a sessão no solo realizada uma vez por semana com duração de uma hora, tinha como objetivo destinar um espaço para que as pacientes pudessem retirar as dúvidas em relação a doença, seus sintomas, diagnóstico, etiologia, patogenia e tratamento, além de trocar informações umas com as outras sobre as suas vivências e experiências, medos e angústias, fortalecendo assim o convívio entre o grupo. Dessa forma elas aprofundavam seus conhecimentos sobre a doença e seus relacionamentos sociais.


RESULTADOS E DISCUSSÃO


-          Existência de cefaléias tensionais:
Cefaléias crônicas são comuns em fibromiálgicos, freqüentemente intensas e relacionadas com tensão emocional, por isso chamadas cefaléias tensionais, descreve Teixeira et al. (2001). As cefaléias diminuíram 42,86% no período de tratamento. As cefaléias que as pacientes fibromiálgicas apresentam são descritas como decorrentes de tensão emocional, dessa forma a realização do tratamento hidroterapêutico alivia as tensões emocionais devido a sensação de bem estar  e relaxamento ocasionadas pela água ( Bates et al., 1998).

-          Existência de fadiga incapacitante:
Não houve redução da fadiga no período de tratamento. Carvalho et al. (2001), descrevem a fadiga como a manifestação sentida por quase todos os pacientes, geralmente mais observada no início e final do dia. Estes sentem-se cansados física e mentalmente, muitas vezes referem um mal estar geral, sensação de resfriado e até mesmo a exaustão total. De acordo com Offenbacher et al. (apud Perea, 2003), a fisioterapia tem se mostrado muito eficaz no tratamento da fibromialgia, combatendo os sintomas como dor, fadiga, fraqueza muscular, alterações no sono entre outros. Em relação a fadiga, acredita-se que talvez não houve redução da mesma devido ao pouco tempo de tratamento aplicado nas pacientes da amostra.

-          Existência de rigidez matinal:
Scotton et al. (2003), relatam que a  rigidez articular referida por estes pacientes, geralmente é matinal e de curta duração, menor do que 15 minutos. A redução da rigidez foi de 14,29% no período de tratamento. De acordo com  Bates et al. (1998), os exercícios realizados em piscinas aquecidas (hidroterapia) são os mais benéficos para os pacientes fibromiálgicos, já que consegue-se reduzir os sintomas dolorosos, a rigidez e a fraqueza  muscular, além de aumentar o condicionamento físico.

-          Ocorrência de déficit de memória:
Não houve redução deste sintoma no período de tratamento. Além das manifestações mais comuns, ainda muitos pacientes apresentam déficit de memória e concentração, fenômeno de Raynaud, parestesias, sensação de edema nas articulações, tonteiras, zumbido no ouvido (Teixeira et al., 2001).

-          Ocorrência e localização de parestesias:
Além de outras manifestações, ainda muitos pacientes apresentam parestesias, fenômeno de Raynaud, , sensação de edema articular, tonteiras, déficit de memória e concentração, zumbido no ouvido (Teixeira et al., 2001). Este sintoma diminuiu 28,57% no período de tratamento.

-          Ocorrência e localização da sensação de edema:
Segundo Teixeira et al. (2001), muitas pacientes apresentam a sensação de edema nas articulações, além de déficit de memória e concentração, fenômeno de Raynaud, parestesias, tonteiras, zumbido no ouvido entre outros.
A redução da sensação de edema no período de tratamento foi de 42,86%. A sensação de edema geralmente é referida pelas pacientes quando questionadas a respeito, porém visualmente o edema não esta presente nos locais relatados pelas mesmas.

-          Intensidade da Dor:
A intensidade da dor sofreu alterações consideráveis no período de tratamento,conforme observa-se no gráfico 1, a dor leve teve um aumento de 42,85%, a dor moderada teve um aumento de 28,57%, a dor intensa teve uma redução de 71,42% e a dor insuportável manteve-se em 0%. Os resultados obtidos com a realização do tratamento hidroterapêutico, concordam com vários autores. Entre eles: Bates et al. (1998), quando afirmam que os exercícios realizados em piscinas aquecidas (hidroterapia) são os mais benéficos para os pacientes fibromiálgicos, já que consegue-se reduzir os sintomas dolorosos, a rigidez e a fraqueza  muscular, além de aumentar o condicionamento físico. Castro (2002), quando comprova através de estudo, realizado utilizando-se um protocolo de tratamento para pacientes fibromiálgicos dividido em quatro fases: aquecimento, alongamento, fortalecimento e relaxamento, os resultados benéficos da hidroterapia. Os resultados foram relatados como sendo a hidroterapia uma técnica de tratamento vantajosa, para a redução da dor, aumento da mobilidade e do condicionamento físico e principalmente melhora da qualidade de vida destes pacientes.


-          Presença da síndrome do cólon irritável:
Modificações no hábito intestinal (variando de constipação a diarréia) acompanhada de dor, são características da síndrome do cólon irritável, geralmente apresentada pelos pacientes (Carvalho et al., 2001). A redução do sintoma no período de tratamento foi de 42,86%.


-          Realização de atividades físicas:
Durante o tratamento houve um aumento na prática de atividades físicas de 28,57%. Segundo Paiva (2003), múltiplos estudos demonstram  que a atividade física é vital no tratamento da fibromialgia. O exercício melhora a disposição, o sono, ajuda a lidar com o estresse e após algum tempo, exerce um efeito benéfico na dor.

-          Avaliação dos pontos dolorosos
No período de tratamento houve uma redução do número de tender points em 57,14% das pacientes, houve um aumento de tender points em 28,57% das pacientes e 14,28% das pacientes mantiveram o mesmo número de tender points neste período.
O gráfico 2, apresenta as alterações ocorridas no número de tender points no período de tratamento.

Um estudo realizado por Gashu et al. (apud Ferreira et al., 2002), utilizando estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) associado a um programa de alongamento muscular, mostrou melhora da dor nos tender points de forma progressiva. Assim como os autores acima McCain et al. (apud Perea, 2003), observou que após 20 semanas de condicionamento em bicicleta ergométrica, os pacientes fibromiálgicos apresentaram redução da dor nos tender points, melhora no estado depressivo e maior satisfação pessoal.
Acredita-se que assim como a intensidade da dor referida pelas pacientes da amostra no período de tratamento apresentou redução significativa, talvez a redução do número de tender points nas pacientes se deva ao fato de paralelamente ocorrer a redução da intensidade da dor nas mesmas. Dessa forma é possível que as pacientes que apresentaram a redução da intensidade da dor consequentemente apresentaram a redução do número de tender points. Em contrapartida, as pacientes que apresentaram aumento do número de tender points e as que mantiveram o mesmo número de tender points apresentaram uma pequena redução na intensidade da dor ou a mantiveram igual durante o período de tratamento.

-          Alterações no padrão de sono:
No decorrer do período de tratamento, houve uma redução nas alterações no padrão de sono em 28,58% das pacientes da amostra.
Assim como no presente estudo encontrou-se uma redução nas alterações no padrão de sono das pacientes, Bates et al., (1998), afirmam que todos os pacientes fibromiálgicos necessitam de um programa de exercícios de condicionamento físico, alongamento e fortalecimento. Os exercícios que melhoram a condição aeróbica são realizados em baixa intensidade e por longos períodos de tempo, além de aumentar o condicionamento cardiovascular também aumentam a oxigenação celular. Os pacientes referem diminuição da dor, melhora do humor e do sono. Os exercícios de alongamento trabalham relaxando a musculatura contraída e rígida, mantendo e/ou melhorando a flexibilidade. Os exercícios de fortalecimento contribuem diminuindo as distensões musculares. Ao encontro deles estão Offenbacher et al. (apud Perea, 2003), quando relatam que a fisioterapia tem se mostrado muito eficaz no tratamento da fibromialgia, combatendo os sintomas como dor, fadiga, fraqueza muscular, alterações no sono entre outros.

-          Acompanhamento psicológico ou psiquiátrico:
Segundo Teixeira et al. (2001), o tratamento psicoterápico proporciona ao paciente a melhora do seu estado emocional, trabalhando as limitações funcionais impostas pela doença, especialmente pela dor crônica. Geralmente os pacientes fibromiálgicos apresentam síndromes depressivas e estado de ansiedade, ambos características do estresse psicológico vivenciado por eles.
Do período da avaliação para a reavaliação houve um aumento de 14,28% em relação as pacientes que faziam acompanhamento psicológico ou psiquiátrico.
Acredita-se que as pacientes fibromiálgicas talvez necessitem destes profissionais especializados, devido a depressão apresentada por elas e a dificuldade de aceitar as limitações impostas pela doença. Como a doença não manifesta-se com deformidades físicas e não é possível diagnosticá-la através de exames, muitas pacientes apresentam dificuldades em aceitar a sua existência. Assim como afirma o autor acima, estes profissionais tem condições de trabalhar o estado emocional das pacientes, melhorar a sua auto-estima e orientá-las para a aceitação das limitações que a doença impõem.

-          Avaliação do humor:
Para realizar a avaliação e reavaliação do humor nas pacientes da amostra, utilizou-se o gráfico do Centro de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Cinco itens foram avaliados quanto ao estado emocional e físico das pacientes: Feliz – Deprimido; Bem – Mal; Alerta – Sonolento; Tenso – Relaxado; Sem Dor – Com Dor.
Feliz – Deprimido:
No período de tratamento das pacientes da amostra, houve um aumento do estado feliz em 14,29% das pacientes; o estado depressivo manteve-se em 42,85% das pacientes e houve uma diminuição do estado intermediário de 14,29% das pacientes.
As alterações de humor, como depressão e ansiedade, são queixas comuns. Geralmente percebidas quando, os pacientes já fazendo uso de medicação, relatam que anteriormente sentiam-se deprimidos. Estudos comprovam a semelhança entre pacientes depressivos e fibromiálgicos, ambos são extremamente perfeccionistas, querendo manter tudo sob controle, apresentam dificuldades em pedir e aceitar ajuda, evitando tudo que é novo, com medo do desconhecido. Nos EUA, estima-se a prevalência da depressão em mais de 6 milhões de pacientes fibromiálgicos (Carvalho et al., 2001).
Bem – Mal:
Houve um aumento de 14,28% das pacientes em relação ao estado bem no período de tratamento; houve uma redução de 14,28% das pacientes em relação ao estado mal no mesmo período e o estado intermediário manteve-se igual com 42,85% das pacientes.
Conforme Teixeira et al., (2001), estudos realizados na Divisão de Medicina de Reabilitação do Hospital das Clínicas da USP, através de um programa de exercícios hidroterapêuticos associado a um programa de alongamento, fortalecimento e condicionamento físico por um período de um ano, mostraram que os pacientes apresentavam-se mais dispostos, relatando uma sensação de bem estar geral, além da redução significativa da dor. Assim como os autores acima Almeida (2003), relata que o Watsu, técnica que utiliza os princípios fisiológicos da água associado ao alongamento realizado de forma passiva pelo paciente, que flutua nos braços do terapeuta, é extremamente relaxante e proporciona bem estar físico e mental aos pacientes. Estudos realizados por Negrizolo (2002), utilizando o Watsu com recuso hidroterapêutico na fibromialgia, comprovou a eficácia da técnica nestes pacientes que apresentaram um relaxamento muscular global e a melhora dos aspectos emocionais dos mesmos.
Alerta – Sonolento:
Não houveram variações quanto ao estado alerta – sonolento das pacientes da amostra no período de tratamento.
Relaxado – Tenso:
Não houve variações quanto ao estado relaxado – tenso das pacientes da amostra no período de tratamento.
Sem Dor – Com Dor:
Durante o período de tratamento houve uma diminuição de 42,86%  no estado com dor; um aumento de 14,29% no estado sem dor e uma manifestação de 28,57% no estado intermediário.
Os resultados benéficos da hidroterapia, forma comprovados em estudo realizado por Castro (2002), onde foi utilizado um protocolo de tratamento para pacientes fibromiálgicos dividido em quatro fases: aquecimento, alongamento, fortalecimento e relaxamento. Os resultados foram relatados como sendo a hidroterapia uma técnica de tratamento vantajosa, para a redução da dor, aumento da mobilidade e do condicionamento físico e principalmente melhora da qualidade de vida destes pacientes.



CONCLUSÃO

                Através da realização deste trabalho observou-se a eficácia do tratamento hidrocinesioterapêutico na redução dos sintomas manifestados pelas pacientes portadoras de fibromialgia. Estas, apresentaram redução significativa do número de pontos dolorosos (tender points), na intensidade da dor, nas cefaléias tensionais, nas alterações do sono, gastrintestinais e do humor, além do aumento da prática de atividade física o que demonstra a conscientização da sua importância como parte integrada e essencial no tratamento.
                A realização de todas as atividades propostas no trabalho, sejam elas no solo ou na piscina, em grupo demonstrou que, desta forma as pacientes sentiam-se mais confiantes, podendo compartilhar as suas dúvidas e dificuldades de aceitação das limitações impostas pela doença, estimulando assim o convívio social.
                Sendo assim, é indispensável ressaltar que o tratamento da fibromialgia deve ser realizado de forma interdisciplinar, envolvendo médico, fisioterapeuta, psicólogo, os familiares e o próprio paciente. Cada um exercendo adequadamente a sua função proporcionam ao paciente melhora significativa da sua condição física e emocional em relação a doença.

Gostou desse assunto? Cadastre-se para receber mais informações.







REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Tatiana Ferraiol de. Watsu. Disponível em: . Acesso em: 02 jul. 2003.
AR, Sílvio Figueira. Fibromialgia. Disponível em: . Acesso em: 19 abr. 2003.
BATES, Andrea; HÁNSON, Norm. Exercícios aquáticos e terapêuticos. São Paulo: Manole, 1998.
CARVALHO, Marco Antonio P.; MOREIRA, Caio. Reumatologia: diagnóstico e tratamento. 2. ed. Rio de Janeiro: Médica e Científica, 2001.
CASTRO, Tatiana C. Bertozzi. Protocolo de hidroterapia aos portadores de fibromialgia. Disponível em: . Acesso em: 15 set. 2003.
DIAS, Katianne Soraya Gonçalves et al. Melhora da qualidade de vida em pacientes fibromiálgicos tratados com hidroterapia. Fisioterapia Brasil, Rio de Janeiro, v.4, n. 5, p. 320-325, set./out. 2003.
FELDMAN, Daniel et al. Fisiopatologia da fibromialgia. Disponível em: . Acesso em: 19 abr. 2003.
FERREIRA, Elizabeth Alves Gonçalves et al. A fisioterapia no tratamento de pacientes com fibromialgia: uma revisão da literatura. Revista Brasileira de Reumatologia, São Paulo, v. 42, n.1,jan./fev.,2002.
HEYMANN, Roberto E. et al. Fibromialgia. Disponível em: . Acesso em: 19 abr. 2003.
NAVARRO, L Nader et al. Hidrocinesioterapia y fibromialgia. Reabilitacion, Espanha, v.36, n.03, p.129-136, mayo. 2002.
NEGRIZOLO, Juliana Rosso. A utilização do método watsu como recurso hidroterapêutico na síndrome da fibromialgia (SFM).[artigo científico]. Disponível em:. Acesso em: 15 jul.2003.
PAIVA, Eduardo S. Exercício: o grande “remédio”, mas difícil de tomar. Disponível em:. Acesso em: 02 jul. 2003.
PAIVA, Eduardo S. Fibromialgia. Revista Brasileira de Reumatologia, São Paulo, v.43, n.2, p.112-118, mar./abr. 2003.
PEREA, Daniela Cristina Bianchini Nogueira Moreno. Fibromialgia: epidemiologia, diagnóstico, fisiopatologia e tratamento fisioterápico. Fisioterapia Brasil, Rio de Janeiro, v.4, n. 4, p.282-288, jul./ago. 2003.
RAUBER, Jaime José et al. Apresentação de trabalhos científicos. Normas e orientações práticas.3.ed Passo Fundo: UPF, 2002.
SCOTTON, Antônio Scafuto; FRAGA, Rafael de Oliveira. Fibromialgia. Disponível em: . Acesso em: 19 abr. 2003.
TEIXEIRA, Manoel Jacobsen; FIGUEIRÓ, João Augusto Bertuol. Dor: epidemiologia, fisiopatologia, avaliação, síndromes dolorosas e tratamento. São Paulo: Moreira Júnior, 2001.


Comentários