Dia Nacional e Latino Americano da Epilepsia

Dia Nacional e Latino Americano da Epilepsia: Países subdesenvolvidos e em desenvolvimento apresentam maiores índices de crianças epilépticas



Neurocirurgião explica os motivos de a doença ser mais predominante em crianças. Desnutrição durante a gestação, condições inadequadas de higiene e pré-natal inadequado são alguns fatores

No próximo dia 9 de setembro será celebrado o “Dia Nacional e Latino Americano da Epilepsia”. A data comemorativa visa desmitificar a doença e contribuir para uma melhora na qualidade de vida das pessoas com epilepsia e suas famílias. Uma em cada 26 pessoas já foi, é ou será acometida pela epilepsia, doença que atinge 70 milhões de pessoas em todo mundo, sendo que 85% delas não recebem tratamento adequado. “Quando não tratada, a epilepsia tem interferência psicológica e social para o paciente. Mas nas crianças os efeitos sociais são maiores, pois envolvem a aprendizagem, as dificuldades escolares, o estigma social”, explica o neurocirurgião especialista em epilepsia Luiz Daniel Cetl.

Entre as causas para o aparecimento da epilepsia na infância estão problemas relacionados com o desenvolvimento do cérebro antes do nascimento, a falta de oxigênio durante ou após o parto, traumatismos cranianos, convulsão com febre prolongada, tumores, causas genéticas e infecções no cérebro. A meningite também pode ser um fator desencadeante da epilepsia.

De forma geral, a epilepsia é caracterizada como uma síndrome composta por um conjunto de sintomas que são originados de um grupo de neurônios disfuncionantes, que emitem sinais atípicos ou irregulares.

A desnutrição durante a fase de gestação pode afetar o desenvolvimento do sistema nervoso central do bebê, causando com lesões que poderão causar epilepsia. Condições inadequadas de higiene, muito comum ainda em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, podem facilitar infecções na fase pré-natal, assim como o próprio pré-natal inadequado. Há ainda os casos causados pela neurocisticercose, decorrentes da ingestão de verduras contaminadas e mal higienizadas, contendo dos ovos da tênia (verme intestinal) e que chegam ao sistema nervoso central.

Conhecida popularmente como “ataque epiléptico”, os sintomas da epilepsia podem ser variados, dependendo da localização do grupo de neurônios afetados, que podem causar sensações de flashes e luzes, convulsão febril e movimentação incontrolável das mãos, braços e pernas.

O principal tratamento da epilepsia para as crianças é o medicamentoso, eficaz no controle das crises em cerca de 70% dos casos. “Nos casos de epilepsia refratária - não controlada com medicamentos -, a indicação pode ser o tratamento cirúrgico, mesmo nas crianças. Embora seja um procedimento reconhecido para o controle das crises, nem todos os casos podem ser tratados com cirurgia. O recomendável é uma avaliação criteriosa por um especialista, que poderá determinar o tipo de tratamento mais adequado”, explica o médico especialista pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e membro do grupo de tumores do Departamento de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

Apesar de se tratar de uma condição neurológica grave mais comum existente no mundo, crenças e comportamentos inadequados ainda persistem, em pleno Século XXI. A conscientização é importante para desmistificar a epilepsia e proporcionar melhor qualidade de vida para seus portadores e familiares. “Quando não tratadas, a qualidade de vida do epiléptico é fortemente afetada, principalmente na infância. Com acompanhamento médico e o devido tratamento, crianças epilépticas podem levar uma vida normal, seja no âmbito familiar, social, cultural ou educacional”, finaliza o neurocirurgião.

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DESMISTIFICANDO A EPILEPSIA


Doença que atinge cerca de 50 milhões de pessoas no mundo, a epilepsia é uma síndrome caracterizada por um conjunto de sintomas que são originados de um grupo de neurônios disfuncionantes, que emitem sinais atípicos ou irregulares. As crises da epilepsia podem ser dividas em parciais, que atingem apenas uma parte do cérebro, ou generalizadas, que afetam todo o órgão. A epilepsia não é contagiosa e não é uma doença mental.

As crises parciais ainda podem ser divididas em simples, sem o comprometimento da consciência, e complexas, em que há algum grau de comprometimento da consciência, como seu enfraquecimento ou até mesmo a sua perda. As causas mais comuns da doença são a idiopática (sem causa identificada), atingindo cerca de 55 a 65% dos portadores, doença cerebrovascular (10 a 20%), tumores (4 a 7%), trauma (2 a 6%) e infecção (0 a 3%).

Os sintomas da epilepsia podem ser variados, dependendo da localização do grupo de neurônios, como flashes e luzes à movimentação espontânea e incontrolável de mãos, braços e pernas. No entanto, o sinal mais conhecido entre a população é caracterizado como “ataque epiléptico”, em que a pessoa perde a consciência e cai no chão, apresentando contrações musculares em todo o corpo, mordedura da língua, salivação intensa, respiração ofegante e, às vezes, até urinar.

Outro tipo da doença é caracterizado como crise parcial complexa, em que o epiléptico por exemplo, pode apresentar ‘desligamentos’, mostrando olhar fixo e perdendo contato por alguns segundos com o meio que o cerca, fazendo movimentos automaticamente. Durante esses movimentos automáticos involuntários, a pessoa pode ficar mastigando, falando de modo incompreensível ou andando sem direção definida. Em geral, a pessoa não se recorda do que aconteceu.

O tratamento convencional para a epilepsia é por via medicamentosa, com uso das chamadas drogas antiepilépticas (DAE), eficazes em cerca de 70% dos casos (há controle das crises) e com efeitos colaterais diminutos. Quando não há controle destes sintomas, outros tratamentos possíveis são a cirurgia, a estimulação do nervo vago e dieta cetogênica. No entanto, apenas um profissional, analisando o caso, poderá indicar o tratamento apropriado para o paciente.

Vale ressaltar que o objetivo do tratamento sempre é garantir uma melhor qualidade de vida ao paciente. Quando não tratadas, a qualidade de vida do epiléptico é fortemente afetada. Por não ter controle das crises, muitas vezes o paciente não consegue manter o emprego e/ou os estudos, além de estar mais propício a acidentes. Outra grave consequência é relacionada ao estado de mal convulsivo (várias convulsões seguidas, sem recuperação entre elas), que se não tratado rapidamente, pode levar a danos cerebrais definitivos. No entanto, com acompanhamento médico e, consequentemente, com o devido tratamento, pacientes com epilepsia levam uma vida normal, muitos destacando-se profissionalmente.


Telefone: (11) 3034-2842 - Fax: (11) 2532-5895 - E-mail: atendimento@drluizcetl.com.br


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