Segundo nova pesquisa, exercícios ajudam a melhorar a qualidade do sono
somente se forem feitos de forma regular e a longo prazo
Embora a atividade física seja recomendada para pessoas que sofrem de
insônia, o vínculo entre exercícios e uma boa noite de sono só é
estabelecido longo prazo - e com a prática regular da atividade. É o que
indica estudo publicado nesta quinta-feira no periódico Journal of
Clinical Sleep Medicine. Ainda segundo o estudo, não só o exercício
interfere no sono, como o sono afeta a atividade física.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Exercise to Improve Sleep in Insomnia: Exploration of the Bidirectional Effects
Onde foi divulgada: periódico Journal of Clinical Sleep Medicine
Quem fez: Kelly Baron, Kathryn Reid e Phyllis Zee
Instituição: Universidade Northwestern, Estados Unidos
Dados de amostragem: 11 mulheres com idade média de 61 anos que sofriam de insônia
Resultado: A prática de 30 minutos de atividade aeróbica não melhorou o
sono no mesmo dia do exercício. Porém, fazer esse exercício três vezes
por semana e durante quatro meses surtiu efeitos positivos sobre o sono
das participantes
“Dormir mal não altera a capacidade aeróbica de
uma pessoa, mas muda a sua percepção de esforço. Ou seja, ela se sente
mais exausta”, diz Kelly Baron, diretora do programa de comportamento do
sono da Universidade Northwestern, Estados Unidos, e coordenadora da
pesquisa.
De acordo com Baron, ela iniciou o estudo depois de
ouvir de seus pacientes que a atividade física recomendada para tratar a
insônia não surtiu efeitos imediatos. “Existe o conceito de que
exercícios melhoram o sono, mas eu pensei que provavelmente isso não
fosse tão simples para pessoas com insônia”, disse a pesquisadora em
comunicado divulgado pela universidade.
O estudo foi feito com
11 mulheres com uma média de 61 anos e que sofriam de insônia. Elas
foram orientadas a praticar 30 minutos de exercícios aeróbicos diários,
três vezes por semana, durante quatro meses.
Efeito a longo
prazo — Segundo os resultados, a prática de determinado exercício físico
não melhorou o sono dessas mulheresno curto prazo. No entanto, depois
desses quatro meses, as participantes relataram uma melhora no tempo de
duração do sono a cada noite e também na avaliação que faziam sobre a
qualidade do próprio sono.
“Pacientes com insônia têm um nível
elevado de atividade cerebral. Leva-se um tempo para que esses níveis
voltem ao normal de uma maneira que facilite o sono”, diz Phyllis Zee,
coautor do estudo. Segundo o pesquisador, é importante saber que os
exercícios físicos ajudam a resolver, embora somente a longo prazo, a
insônia — mesmo em mulheres acima dos 60 anos. Isso porque muitos
medicamentos usados para tratar o problema acabam prejudicando
habilidades como a memória em pessoas dessa idade.
Os
pesquisadores acreditam que esses resultados também sejam válidos para
homens, uma vez que não há evidências de que existam diferenças
significativas no tratamento de insônia entre os gêneros. “Os indivíduos
precisam entender que precisam se exercitar e persistir nessas
atividades para melhorar o sono”, diz Baron.
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Atividade física não ajuda a combater insônia de forma imediata