A mobilização para prevenir e conter a vitimização de crianças e o
bullying deve se expandir também para abarcar a agressão entre irmãos
· “É só uma briguinha entre irmãos...”;
· “Gente, irmãos brigam mesmo!”.
Será que em briga de irmãos ninguém mete a colher? Ser escolhido como o
objeto de bullying por um irmão ou irmã pode ser prejudicial para a
saúde mental de uma criança ou adolescente. O alerta vem de um estudo
publicado no Pediatrics.
Segundo os pesquisadores, enquanto o
bullying pelos colegas é um problema reconhecido socialmente, a
intimidação por parte de irmãos, muitas vezes, é julgada “normal” ou
“aceitável”. Para chegar a essa conclusão, foram entrevistados, através
de cerca de 3.500 telefonemas, crianças e adolescentes entre 10 e 17
anos e cuidadores ou pais de crianças de 0 a 9 anos.
Foram
avaliados o alcance e a extensão da injúria do irmão vivida pelos
entrevistados, registrando medidas como a agressão física e a lesão com
ou sem arma de fogo; roubar algo da criança, empregando força ou não;
quebrar as coisas dos irmãos de propósito, e dizer coisas que façam a
criança se sentir mal, com medo ou não querida por perto.
“A
saúde mental das crianças também foi avaliada. Os resultados mostraram
que a agressão do irmão, no ano passado, foi associada com a saúde
mental significativamente pior de crianças e adolescentes. O estresse
foi evidente em crianças e adolescentes que experimentaram ambas as
formas, leves e graves, de agressão por parte dos irmãos. Os dados
também mostraram que quando se comparam as agressões de terceiros com a
de irmãos, a dos irmãos provoca um maior sofrimento mental”, afirma o
pediatra Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).
Segundo os autores,
pais, pediatras e público devem tratar a agressão do irmão como
potencialmente prejudicial, e não rejeitá-la, taxando-a de “normal”,
“menor” ou até mesmo benéfica. Essa mensagem deve ser reforçada junto
aos pais.
Como lidar com o problema em casa
Como agir quando um de seus filhos é o agente do bullying?
“Se você sabe que seu filho está intimidando o outro irmão, você
precisa levar esta questão a sério. O hoje, o agora, é sempre o momento
mais apropriado para interferir e mudar o comportamento do seu filho. No
longo prazo, os agentes causadores de bullying continuam a ter e a
gerar problemas, que muitas vezes, tendem a piorar. Se o comportamento
de bullying é permitido ou não reprimido, quando essas crianças se
tornam adultos, elas são muito menos bem sucedidas em seu trabalho e
vida familiar, podendo, inclusive, entrar em conflito com a lei”, alerta
o médico.
A seguir, o pediatra Moises Chencinski lista algumas medidas que podem auxiliar os pais a lidarem com esta questão:
· Sempre converse com seus filhos, desde cedo, a respeito do assunto. A
orientação sobre o bullying, sofrido ou executado, deve fazer parte da
“educação formal e informal”, tanto em casa quanto na escola. “Só assim,
uma criança terá bases para não agredir e para saber se defender ou
indicar aos pais e professores que está sendo vítima de bullying, sem
medo de sofrer represálias por conta dessa atitude”, diz o médico;
· “Defina firmes e consistentes limites sobre o comportamento agressivo
do seu filho. Tenha certeza que seu filho compreenda bem que o bullying
nunca é aceitável”, destaca o pediatra;
· “Seja um modelo
positivo. As crianças precisam desenvolver estratégias novas e
construtivas para conseguirem o que querem, sem provocações, sem ameaças
e sem ferir ninguém. Todas as crianças devem aprender a tratar os
outros com respeito”, orienta Chencinski;
· Use a disciplina,
não física, de maneira eficaz, como a perda de privilégios. “Quando o
seu filho precisa de disciplina, explique porque o comportamento foi
errado e como ele pode mudar isso”, recomenda o médico;
· Ajude
seu filho a compreender como o assédio moral fere outras crianças. “Dê
exemplos reais dos bons e maus resultados das ações de seu filho”,
estimula o pediatra;
· “Desenvolva soluções práticas com o
apoio de outros. Envolva o diretor da escola, os professores, a babá, a
empregada e os outros parentes em maneiras positivas para parar o
bullying”, finaliza Chencinski .
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO:
Márcia Wirth
MW-Consultoria de Comunicação & Marketing em Saúde
Site: www.marciawirth.com.br
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Bullying entre irmãos não deve ser ignorado