Arroz com feijão: entenda a importância da combinação preferida do brasileiro




Modo de preparo influencia na digestão desses alimentos. 


Para o brasileiro reconhecer uma refeição como completa, é preciso ter arroz e feijão à mesa. E segundo a nutricionista e chef Bela Gil, essa é uma decisão acertada na hora de compor o prato.

"O arroz e o feijão se completam. Nenhum dos dois contém todos os aminoácidos essenciais para o nosso organismo, mas quando consumidos juntos, eles compõem todos os aminoácidos essenciais, transformando-se, em uma proteína completa", explica.

O feijão (preto, branco, mulatinho, azuki, moyashi etc) é da família das leguminosas, que inclui, ainda, a lentilha, a ervilha, a soja e o grão de bico. "Essa família se caracteriza por ser rica em proteínas, minerias (ferro e cálcio) e vitaminas B1 e B2", lista Bela.

Feijão, a combinação perfeita para o arroz 


"O arroz e o feijão são nutricionalmente superiores à carne industrializada, pães refinados, massas ou sanduíches", compara.


E mais. Segundo a especialista, algumas combinações dessas proteínas vegetais substituem, perfeitamente, o perfil de proteína da carne.

"Diferentes culturas costumam combinar, instintivamente, as fontes de proteína vegetal. O feijão e arroz dos brasileiros; o milho e o feijão dos mexicanos, o arroz com lentilha dos indianos; pães de trigo e grão de bico dos povos do oriente medio; arroz e fermentados da soja no Japão; e por aí vai", aponta.

Presente nas culinárias das mais diversas regiões do Brasil, desde o tutu até o acarajé, o feijão está sempre presente na nossa alimentação. Mas, ainda assim, segundo a nutricionista, o grão vem perdendo espaço, bem como o arroz.

"O consumo de arroz no Brasil diminuiu 40,5% entre os anos de 2002-03 a 2008-09 e o de feijão caiu 26,4 %, nesse mesmo período (Fonte: IBGE). É uma pena!", lamenta Bela.

Modo de preparo influencia na digestão do feijão

O cozimento lento e deixar o feijão de molho ajudam a reduzir os fitatos existentes no grão, que são anti-nutrientes (substâncias que atrapalham a absorção de nutrientes pelo organismo), explica a nutricionista.

"Mas outros especialistas advertem que deixando o feijão de molho por muito tempo, por outro lado, também pode ser prejudicial, porque o feijão acaba fermentando demais e esse excesso ajuda a desenvolver problemas de juntas", avisa.

A solução para encontrar o equilíbrio? Bela Gil dá a dica: "Acho que no caso do preparo do feijão vale o bom senso e a variedade. Um dia deixamos de molho por mais tempo, no outro por menos tempo, de vez em quando comemos eles fermentados ou germinados. Essa variedade faz a gente perceber como seria o melhor preparo do feijão pra gente. Eu já percebi que seu deixar o feijão de molho por pouco tempo (duas horas) me dá menos gases. E comer feijão fermentado me dá dores nas juntas. Cada um é cada um. A regra é o autoconhecimento do organismo, o bom senso e o respeito pelo corpo!", dispara.

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