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Remoldagens de Adaptações de Pacientes

Dra. Olívia Cardenaz de Souza - Terapeuta Ocupacional



A “A indústria ainda não se deu conta de que faz produto só para jovem, não para idoso e a população de idosos está crescendo cada vez mais’. Com essa constatação, a Dra. Olívia Cardenaz de Souza, após concluir seu curso de Terapia Ocupacional no IPA, em Porto Alegre (RS) e retornar do Japão onde morou por quatro anos, resolveu se concentrar no atendimento de idosos. “No Japão me especializei nas atividades de vida diária nos pacientes pós-AVC, fazendo remoldagens de adaptações de pacientes quando estes retornavam para casa. 

De volta ao Brasil, resolvi desenvolvê-las aqui. Como não encontrei ninguém que me fornecesse, comecei a produzi-las em uma oficina, inicialmente própria e hoje terceirizada”. Hoje, as adaptações desenvolvidas pela Dra.Olívia ao longo de seus dez anos de atividade nessa área podem ser encontradas, além das residências, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; no Aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre; nos hoteis Sheraton, Novotel e Plaza, nos hospitais Ernesto Dorneles e São Lucas (da PUC); nas Universidades La Salle, Sebrae, UFRGS e PUCRS (aqui, mais de 70 banheiros foram adaptados) e nos colégios Marista Champagnat, La Salle e Farroupilha,todos na capital gaúcha. Quem mais busca essas adaptações são arquitetos e engenheiros.

“Ainda na fase de projeto ou mais comumente na construção, vou ao local da obra e discuto com engenheiros e arquitetos sobre os espaços, o material e a localização dos materiais que estão sendo utilizados, de acordo com as normas de acessibilidade da ABNT 9.050/94”. Apesar de existir uma nova revisão dessa norma, elaborada em 2003, ela ainda não se encontra liberada. 

Para os banheiros destinados a portadores de deficiência, a Dra. Olivia desenvolveu assentos elevados, barras para transferência lateral para banho e barras para box (em aço inoxidável, ferro cromado ou pintura epóxi), apoios de lavatório (inclusive articulados, exigidos pelas novas normas da ABNT, ainda não implementadas), espelhos inclinados, além de cintas de transferência que auxiliam no movimento de transferência de pacientes com dificuldade motora. 


Outros acessórios desenvolvidos por ela incluem colete de segurança para pacientes com desequilíbrio de tronco, com possibilidade de adaptação a qualquer tipo de cadeira; pijamas e abrigos para troca do paciente no leito (ambos com zíper frontal); almofadas pneumáticas para prevenção de escara; lençois de transferência em nylon resistente e providos de alças; bancos para banho; copos e talheres adaptados para destros e canhotos; encostos reclináveis e bandejas para cama. “Quando o idoso não consegue segurar o talher mas tem o movimento de flexão e extensão, desenvolvemos um adaptador que deixa o talher, o pente ou a escova presa com velcro na mão dele, facilitando as atividades de vida diária e propiciando benefícios ao idoso, para ele permanecer em sua residência, em um típico papel do terapeuta ocupacional”. RESGATE DA AUTONOMIA “O idoso passa a ficar independente e a família não o coloca em uma instituição, em que todas as pessoas são estranhas a ele. Este é o nosso intuito. 

É comum desenvolvermos adaptações ou equipamentos por solicitações de colegas terapeutas ocupacionais ou fisioterapeutas. Por exemplo, desenvolvemos um adaptador para o paciente colocar a meia nos pés, para que não precise solicitar o auxílio de outros, ou uma tesoura para o paciente utilizar especificamente em cima da mesa. Para o paciente com Parkinson, desenvolvemos um colete, onde o paciente é fixado em uma cadeira normal ou de rodas. Ainda recentemente uma terapeuta ocupacional do Grupo Hospitalar Conceição utilizou essas adaptações para demonstrar em uma palestra a familiares de doentes acometidos com a doença de Parkinson e o mal de Alzheimer, que se pode facilitar a família que vai cuidar do paciente”. 

A rotina de atendimento da terapeuta ocupacional invariavelmente tem início com uma visita a casa do idoso. “É fundamental verificar como é o ambiente e o que ele realmente necessita. Vejo como ele vive, me disponho a orientá-lo em função dos objetos dentro da residência, vejo o que realmente necessita. Oriento sobre piso, sobre o uso de tapete, sobre a abertura de portas de box para o lado de fora... Como terapeuta ocupacional, oriento no que ele precisa para se apoiar no banho e ter autonomia”. O banheiro é a primeira peça da casa em que o idoso perde a autonomia e a privacidade. “Muitas vezes uma barra dentro do box resolve o problema de banho, pois ele fica com dois pontos de apoio. 

O vaso elevado se adapta a praticamente todos os modelos encontrados no mercado brasileiro. 

Como o ideal para o idoso é uma altura do vaso sanitário entre 46 e 50 cm (os normais oscilam entre 38 e 42 cm), o assento tem 10 cm de altura. É evidente que para pacientes de pequeno porte ele se torna desnecessário e uma barra de apoio, na altura adequada, resolve o problema”.

Fonte: Revista O COFFITO Nº22 - Ano 2004



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