Batata frita, pipoca, miojo: veja 'bombas' de gordura trans


Gordura trans aumenta o colesterol ruim e diminui o bom, prejudicando a saúde

Você sabia que um pacote de batata frita vendido em restaurantes fast food pode ter 8 g de gordura trans? Se optar depois por uma fatia de bolo industrializado, são mais 4,5 g. Três biscoitos recheados contam com 2,1 g, mas é comum não aguentar a tentação e comer logo o pacote todo. Até o aparente inofensivo cream cracker pode ter 4,1 g de gordura trans em seis unidades. Os números parecem baixos? Mas não são! A Organização Mundial de Saúde (OMS) orienta que a sua ingestão não ultrapasse 1% do valor calórico da dieta . Com um consumo médio 2 mil calorias por dia, a quantidade não pode passar de 2 g! Assim, a junção dos produtos forma uma verdadeira “bomba” de gordura trans.

O prejuízo à saúde é tanto que o governo dos Estados Unidos anunciou neste mês que o uso de gordura trans não é seguro e que os produtos devem ser retirados do mercado do país em um prazo de três anos. “Muitas marcas de alimentos já optaram por retirar de suas composições a gordura trans, exatamente pelo claro malefício que ocasiona à saúde”, disse a endocrinologista Flávia Junqueira, da Clínica Goa Health Club.

Mas, afinal, você sabe o que é gordura trans? Trata-se de um ácido graxo transverso obtido a partir de um processo químico, que pode ser natural (quando ocorre no estômago de animais) ou industrial (quando óleos vegetais líquidos são transformados em gorduras sólidas por meio da adição de hidrogênio), como informou a endocrinologista Flávia. Na indústria, é utilizada para melhorar a consistência do alimento e aumentar sua durabilidade.

O consumo regular não traz benefícios e ainda prejudica a saúde. “Pode aumentar o colesterol ruim e diminuir o bom, elevando as chances de se obter uma placa de gordura em veias ou artérias, tendo como consequência um infarto ou derrame. Também desencadeia processos inflamatórios no corpo, sendo que a maioria das doenças tem origem inflamatória, como obesidade, diabetes, câncer , artrite”, alertou a médica nutróloga Silvia Santamaria Correa da Fonseca.

“Há ainda redução da produção de gorduras benéficas como as insaturadas, que são responsáveis pela boa saúde do coração, do sistema nervoso e pela produção de alguns hormônios”, acrescentou a nutricionista Maiara Fidalgo, da Fluyr Saudável — Clínica de Combate à Dor e ao Estresse.

A endocrinologista Flávia deixou claro que não é possível mensurar o impacto metabólico de determinada porção de gordura trans, já que o gasto calórico e a predisposição genética para patologias são individuais. “O ideal é evitar ao máximo o consumo excessivo, pois nosso corpo não foi preparado para ingerir a gordura trans. Existe uma incapacidade do organismo em eliminá-la e ela fica armazenada, causando grandes malefícios”, comentou Maiara. “O ideal é substituir os alimentos industrializados por preparações caseiras”, acrescentou a nutróloga Silvia.

E a nutricionista Maiara faz um alerta sobre os rótulos dos alimentos. “Uma quantidade menor ou igual a 0,2 g de gordura trans em uma porção é considerada uma quantidade não significativa pela legislação e pode ser declarada no rótulo como ‘zero’, ‘0 g’ ou ‘não contém’ pelo fabricante. Isso significa que a quantidade é pequena o suficiente para não ser declarada na porção, mas existe no produto, principalmente se considerarmos o pacote inteiro”, revelou. “Evite alimentos que tenham gordura hidrogenada em sua lista de ingredientes, isso é sinal de gordura trans”, completou.

Confira abaixo as quantidades de gordura trans presentes em 10 itens industrializados disponíveis nos mercados, reveladas pela endocrinologista Flávia:

1 – Batata frita – 8g de gordura trans em 1 pacote médio de fast food

Troque por batata assada em casa.

2 – Bolo industrializado – 4,5 g de gordura trans em 1 fatia

A dica é substituir por bolo caseiro. A nutricionista Maiara indica o preparo com farinha integral, aveia e grão. Outra opção é fazer com farinha integral e açúcar mascavo ou de coco, como sugeriu a nutróloga Silvia.

3 - Biscoito cream cracker - 4,1 g de gordura trans em 6 unidades

A endocrinologista Flávia recomenda substituir por cookies integrais enriquecidos com castanha.

4 – Lasanha congelada 4 queijos - 3,4 g de gordura trans em porção de 320 g

Prefira alimentos frescos e caseiros.

5 - Margarina - 3 g de gordura trans em porção de 10 g

Substitua-a por manteiga ghee (manteiga clarificada, usada na culinária indiana, feita com leite de vaca ou de búfala), como sugeriu a endocrinologista Flávia. A nutróloga Silvia indica fazer cremes vegetais com gordura das sementes e oleaginosas.

6 -  Batata chips – 3 g de gordura trans em 1 pacote pequeno (42,5 g)

Troque a batata chips por chips de soja ou por legumes fatiados e assados em casa.

7 - Pipoca micro-ondas – 2,5 g de gordura trans em porção de 100 g

Faça a pipoca na panela, com milho e óleos vegetais.

8 - Biscoito recheado – 2,1 g de gordura trans em 3 biscoitos

Substitua por biscoitos feitos com cereais integrais, como ensinou a endocrinologista Flávia.

9 – Salgadinhos de pacote – 2 g de gordura trans em porção de 30 g

Troque por legumes fatiados e assados em casa.

10 - Macarrão instantâneo - 1,6 g de gordura trans em 1 pacote

Substitua o produto por macarrão à base de milho sem glúten.

Fonte: Terra-Saúde

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