Dia mundial de combate à hepatite alerta para os riscos da doença


Chamar atenção da população para a prevenção, diagnóstico e tratamento da doença é o principal objetivo da data

As hepatites virais são doenças silenciosas que provocam a inflamação do fígado. No Brasil, são causadas em sua maioria pelos vírus A, B ou C. Os sintomas mais comuns das hepatites virais são mal-estar e cansaço, muito semelhantes aos de várias doenças, o que pode dificultar o diagnóstico. 

Por isso aconselha-se a realização de exames para diagnóstico. Em algumas fases da doença, a pele e os olhos podem ganhar uma cor amarelada e a urina fica escura, mas nem sempre estes sinais estão presentes.

Existem vários exames para diagnosticar e acompanhar a doença. A escolha do procedimento indicado em cada caso deve ser feita conforme avaliação médica.

A infectologista e gerente Médica do Sabinvacinas, Ana Rosa dos Santos, explica que os tipos de hepatites virais possuem sintomas semelhantes, mas com evolução e prognósticos diferentes. “As hepatites B e C podem evoluir para a cronicidade, de maneira silenciosa, podendo levar à cirrose, câncer de fígado e comprometer completamente o funcionamento do órgão”, alerta a médica. Os casos mais graves podem atingir até 0,9 e 2,4% de algumas populações, representando milhões de pessoas infectadas.

O tipo mais comum da doença, segundo o Ministério da Saúde, é hepatite A, transmitida através do consumo de água, alimentos contaminados e de uma pessoa para outra. “Muita gente se engana pensando que hepatite A é mais branda, porém pode se manifestar de forma fulminante requerendo transplante hepático ou levando a morte”, comenta a médica. A virose fica incubada entre 10 e 50 dias e atinge 68% da população em algumas faixas etárias e regiões. Hoje, a infecção em crianças é considerada mais grave, em consequências da insuficiência hepática fulminante. Portanto, estão sob risco crianças, adolescentes e adultos e jovens soronegativos, bem como os viajantes que se deslocam para áreas de alta endemicidade, geralmente áreas de condições de higiene mais precárias. No Brasil, os padrões de endemicidade são variáveis e atingem até 95% nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste; com prevalências mais baixas nas regiões Sul e Sudeste. 

Já a hepatite dos tipos B e C são transmitidas por meio do sangue, sendo a Hepatite B também sexualmente transmissível, podendo apresentar sinais somente após 1 a 6 meses depois da infecção. 

Relações sexuais sem preservativo, amamentação, compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas) e de higiene pessoal como lâminas de barbear e alicates de unha estão entre as principais formas de transmissão. 

Formas de tratamento
O tratamento da hepatite consiste, inicialmente, em repouso, hidratação, boa alimentação e só ingerir remédios que tenham sido receitados pelo médico. Cada tipo de hepatite pode receber um tratamento diferente.
Vacinação 

Para prevenção das hepatites A e B existem vacinas separadas ou combinadas AB. “A vacina combinada é tão eficaz quanto as separadas. A vantagem está em receber apenas uma picada”, garante a especialista. Por outro lado, ainda não existem vacinas para as hepatites C, D e E.

As vacinas devem ser tomadas em esquema de três doses nas pessoas saudáveis e de quatro doses em prematuros e imunodeprimidos. Vale lembrar que apenas o esquema completo imuniza o indivíduo e, quanto mais cedo for iniciada, melhor o efeito. “A primeira dose é aplicada no dia escolhido, a segunda após 30 dias e a terceira após 180 dias da primeira dose. Em recém-nascidos, o ideal é receber a primeira dose da vacina logo após o nascimento, nas primeiras 12 horas de vida, para evitar a transmissão vertical”, afirma Ana Rosa.

Dicas de prevenção:
- Imunização prévia através de vacinas para hepatite A e B;
- Uso de preservativo em todas as relações sexuais;
- Não compartilhar objetos pessoais como lâmina de barbear, escova de dente e material de manicure;
- Utilização de instrumentos esterilizados em tatuagens e piercings.

Fonte: DINO Visibilidade Online

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