Pele seca e desejo por doces podem ser sinais de desidratação


Entenda os sinais que seu corpo dá quando precisa ingerir mais água

A água tem um papel regulador de muitas funções de nosso organismo, que vai desde o controle da temperatura até o bom funcionamento do sistema circulatório. "Nosso organismo é essencialmente um amontoado de saquinhos de água (células) e estes saquinhos mantêm comunicação entre si (por meio do sangue) e com o exterior", afirma o clínico geral Eduardo Finger, coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento do laboratório SalomãoZoppi. 

Por esse motivo a quantidade de água que temos no nosso organismo influencia diretamente no seu bom funcionamento. E é importante lembrar que em diferentes momentos perdemos líquido, por exemplo, através da respiração, eliminação da urina e do suor, que impede que nosso corpo atinja temperaturas elevadas e possa seguir com o melhor de sua eficiência em condições estáveis. 

Se há água em abundância para repor as perdas, não há problema. "Mas, se a água falta, todo o corpo começa a se adaptar para minimizar as perdas", diz o especialista. Quando isso acontece, temos um quadro de desidratação. Desprovido de água, o corpo passa reduzir ou cortar o pleno funcionamento de algumas atividades, gerando alguns sintomas que podem servir de alerta. Confira os principais sinais de desidratação e saiba quando seu corpo está precisando ingerir mais água:

Prisão de ventre

O trânsito intestinal funciona plenamente quando há um equilíbrio entre o consumo de fibras e de água. O líquido se mistura às fibras e fazem as fezes ficarem mais volumosas e pastosas, impedindo o ressecamento. "Ingerindo quantidade adequadas de água, o efeito das fibras sobre o movimento intestinal se torna mais eficaz", diz o gastroenterologista Flavio Steinwurz, do Hospital Albert Einstein. Dessa forma, se uma pessoa está com prisão de ventre, a primeira suspeita deve ser a baixa ingestão de fibras ou de água. Se o consumo de fibras está adequado, pode ser um sinal de que ingestão de água está abaixo do adequado.

Boca seca e poucas lágrimas ao chorar

?Desprovido de água, a primeira coisa que a pessoa sentirá é uma diminuição das perdas normais, ou seja, seca a saliva e as lágrimas a um mínimo?, conta o clínico geral Eduardo Finger, coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento do laboratório SalomãoZoppi. Dito isso, o ressecamento da boca pode ser o primeiro sinal de que seu organismo está precisando de água, seguido de olhos mais secos e pouca produção de lágrimas.

Alterações na urina

Urina escura, muitas vezes, indica baixo consumo de água, principalmente em épocas mais quentes, quando a transpiração aumenta e há mais perda de líquido no suor e menos na urina. "Isso faz com que a urina fique mais concentrada, ou seja, com menos água", afirma o clínico geral Paulo Camiz, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Este baixo consumo aumenta o risco da formação de pedras nos rins e outros problemas urológicos associados.

Pele seca

Após reduzir a oferta de água para saliva, lágrimas e urina, o corpo precisa optar onde alocar o volume de água remanescente para conseguir manter o sangue fluindo.''Então, primeiro, a água de nossos tecidos é captada para dentro das veias, de forma a manter um volume adequado e também manter o corpo funcionando'', explica Eduardo Finger. Neste momento, a pessoa adquire aquele aspecto desidratado, no qual a pele fica desprovida de turgor (elasticidade) e pode ficar pálida, com olhos aprofundados e secos.

Queda da pressão arterial

Pudesse o organismo interromper toda a perda de água, ele o faria, mas como a perdemos através da respiração, pele e suor, um mínimo de perdas é sempre inevitável. "Então, continuando a perder água, entramos na área da desidratação crítica e patológica", alerta o clínico geral Eduardo. 

A água tem grande influencia no controle da pressão, já que a sua presença determina a densidade do sangue. Na falta crítica de água, o volume sanguíneo começa a entrar em crise e não há mais água suficiente para diluir metabolitos, como o açúcar, a ureia e o sódio. "Também pode haver volume insuficiente para preencher adequadamente todo o leito arteriovenoso, então a pressão cai", diz. Por conta disso, é comum sentir cansaço, indisposição, tontura ou dores de cabeça.

Câimbras

Com a quantidade de água reduzindo cada vez mais, os leitos venosos menos importantes - periféricos, como braços e pernas - são fechados. "Rins, cérebro, fígado e outros órgãos vitais são privilegiados, e com isso as câimbras começam a se manifestar", explica Eduardo Finger. Com menos sangue oxigenado chegando a essas áreas, os músculos não trabalham em plenas condições, gerando as câimbras. A queda da pressão arterial também favorece os desequilíbrios metabólicos que levam ao aparecimento do sintoma.

Vontade de doces e carboidratos

Quando você está desidratado, pode ser difícil para alguns nutrientes e órgãos funcionar corretamente. Um desses órgãos é o fígado, que precisa de água para liberar glicogênios e outros componentes responsáveis por fornecer energia ao seu corpo. A principal fonte de energia é a glicose, obtida por meio da alimentação - por isso, um organismo desidratado pode acreditar que está precisando ingerir mais comida, quando na verdade a energia fornecida pelos alimentos não está conseguindo ser transportada para as células. 

O resultado? Fome, especialmente por alimentos doces e carboidratos, que são grandes fontes de glicose. Entretanto, a ingestão desses alimentos pode não aplacar o desejo, já que o problema é a falta de água. Pense se você realmente precisa ingerir um alimento e analise outros sintomas que podem estar acontecendo - o conjunto de sinais pode indicar a falta de água.

Sintomas de alerta

Na prática, os grupos em maior risco de desidratação grave são as crianças pequenas, que por conta da baixa superfície corporal precisam perder muita água para manter a temperatura do corpo normal, ou idosos, que não sentem sede e/ou se confundem e não bebem água. "Fora esses dois grupos, é raro ver pessoas com desidratação quando a água está disponível", diz.

A desidratação severa, uma emergência médica, pode causar sintomas como sede extrema, fadiga ou sonolência em bebês e crianças, irritabilidadee confusão mental em adultos, pouca ou nenhuma micção, batimento cardíaco rápido; respiração rápida; febre; Nos casos mais graves, delírio ou inconsciência

"O aumento da concentração plasmática de vários elementos e resíduos celulares começa a afetar o bom funcionamento do cérebro, e a pessoa começa a demonstrar sinais de confusão mental", afirma Eduardo Finger. Segundo o especialista, neste momento a pessoa pode perder a capacidade de raciocinar e buscar água por si. "E depois disso, a falta de água torna a vida incompatível, levando a morte."

Fonte: Minha Vida

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