Hérnia de dísco: recursos da fisioterapia no tratamento conservador


A hérnia de disco é considerada uma patologia extremamente comum, que causa séria inabilidade em seus portadores e em vista disso, constitui um problema de saúde pública mundial, embora não fatal.

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A dor que acompanha e caracteriza a hérnia de disco é geralmente causada por herniação, degeneração do disco e por estenose do canal espinhal.  Contudo, esses processos, por si só, não são responsáveis pela dor e, portanto, devem ser também contabilizadas a compressão mecânica e as mudanças inflamatórias ao redor do disco e da raiz do nervo.

As desordens músculo- esqueléticas estão entre as mais comuns condições em que o paciente necessita alívio e na medicina ocidental, a terapia conservadora, como a fisioterapia, tem sido a preferida como a primeira escolha na grande maioria dos casos.

Entende-se por tratamento conservador a imposição, ao paciente, de relativa à completa imobilização da região lombar em associação com diferentes metodologias auxiliares, como o uso de cintos e coletes, a manipulação, o programa de atividade física, a tração, a crioterapia, a acupuntura e a prescrição de analgésicos e anti-inflamatórios.

Apesar do repouso ser amplamente indicado nesses processos patológicos, não há resultados conclusivos sobre seus benefícios. O período de repouso deve estender-se o suficiente para proporcionar a redução do processo inflamatório com o profissional tomando cuidado com os efeitos colaterais decorrentes da inatividade prolongada, desse modo a volta à mobilidade deve ocorrer, de forma gradual, uma semana após o início. A indicação de coletes e cintos durante o repouso é incerta, pois é somente recomendada como forma de imobilização parcial em dores específicas.

A manipulação, ou seja, movimentos passivos abruptos da vértebra além de seu limite fisiológico, mas dentro do limite anatômico, é vista com cautela, dado que esse método mais agressivo não tem demonstrado abreviar o curso da enfermidade, nem tampouco reduzir a morbidade. O mecanismo de ação da manipulação não é bem entendido, no entanto teorias atuais propõem que a dor provém de um desequilíbrio da atividade muscular, que através da ação reflexiva,
a manipulação pode aliviar. Embora ainda permaneçam dúvidas sobre a adoção da terapia auxiliar de manipulação, há indicações de seu uso antes de se decidir pelo procedimento cirúrgico.

Os princípios e benefícios de exercícios apropriados são bem conhecidos e a motivação do paciente para executar atividade física é geralmente maior durante duas a três semanas após o período de inabilidade. Se, no entanto houver recorrência da enfermidade, os exercícios deverão ser descontinuados e reiniciados somente após a remissão dos sintomas. Esse programa deve incluir exercícios de flexibilidade e alongamento, com aumento gradual em sua execução. O efeito da terapia não parece ser devido à reversão da debilidade física, mas sim a algum efeito central, envolvendo provavelmente um ajustamento de percepção em relação à dor e incapacidade.

Os resultados obtidos com a aplicação da tração não têm demonstrado efeitos positivos no alívio da dor, na mobilidade da espinha ou nos sinais neurológicos. Todavia a auto- tração, método em que o paciente executa por si mesmo a tração, tem conferido respostas mais eficazes em comparação ao uso de coletes e repouso.

A crioterapia parece, por sua vez, ter algum efeito sobre o espasmo muscular, dado que a vaso- constrição provocada pelo gelo reduz a hiperemia, promovendo ao mesmo tempo, a vasodilatação periférica compensatória reflexa. O calor também é uma medida física auxiliar no tratamento da dor e pode ser superficial,
efetuado por meio do uso de bolsa térmica, ou profundo com o emprego de ondas curtas e ultra-som. No entanto, cuidados devem ser tomados na tentativa de se evitar queimaduras decorrentes da anestesia e hipoestesia locais. O uso do calor profundo é contra-indicado em pacientes com tumores, implantes
metálicos e marca- passos, em gestantes, nos processos infecciosos supurativos , sobre órgãos gonadais e em crianças.

A acupuntura tem apresentado bons resultados, uma vez que seu efeito parece estar relacionado à liberação de vários neurotransmissores que, por sua vez inibem ou excitam as sinapses, proporcionando significante melhora dos sintomas apresentados em curto espaço de tempo. Em vista dos resultados promissores que têm sido obtidos com o uso da acupuntura no alívio da dor, há a
sugestão de se explorar mais seu uso.

Fonte: Faça Fisioterapia

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